













153 anos
A história das Associações Comerciais se confunde com a própria do Brasil. Em meados do século XIX, o Brasil ainda vivia o período imperial, e o comércio, uma das principais atividades econômicas da época, era fortemente influenciado por estrangeiros. Muitos deles vinham de praças europeias e traziam consigo as primeiras ideias para a formação de instituições que representassem a classe comercial no Brasil.
No Ceará, a fundação da Associação Comercial aconteceu em abril de 1866 pelo inglês Henrique Brocklehurst e é considerada a mais antiga Entidade de classe do Ceará ainda em atividade. Brocklehurst administrava em Fortaleza uma filial da R.Singlehurst & Co. de Liverpool, também conhecida como Casa Inglesa. Devido à influência inglesa, as Associações Comerciais seguiam os moldes das Câmaras de Comércio criadas na Bélgica e na Inglaterra.
Com o passar dos anos, a Associação Comercial do Ceará ampliou suas representações para os setores industriais, agrícolas e de serviços. Porém manteve seu nome original pela tradição e credibilidade que a instituição transmitia. Mesmo com a mudança do regime Imperial para a República, em 1989, as Associações Comerciais sempre se mantiveram à vanguarda. Em 1945, a Associação Comercial do Ceará foi reconhecida como órgão técnico – consultivo de Poder Público, sem nenhum vínculo subordinativo com o Estado, atuando em defesa dos interesses das atividades que representa.
O processo de desenvolvimento econômico e social do Ceará deve muito a Associação Comercial. Sua participação foi fundamental para a implantação da estrada de ferro de Baturité, a construção do Porto de Fortaleza, a eletrificação do Estado, a criação do Banco do Nordeste e da FUNCEME. A Associação Comercial do Ceará também esta presente em diversas campanhas de combate às secas e socorro às vítimas dessas e de outras calamidades. Seus esforços sempre foram pertinentes, desde as mobilizações contra o cangaço, que aterrorizava vilas e cidades da região em tempos remotos, até ao estímulo das chamadas Pirâmides da vitória nos tempos da II Guerra Mundial.
A ACC é uma organização multissetorial, representa e expressa a opinião independente, de empresários do comércio, indústria, agropecuária, serviços, finanças e profissionais liberais, de micro, pequenas, médias e grandes empresas. Com 153 anos de existência, a ACC é história viva, mas também é inovação. Uma associação que é parceira, é também, acima de tudo, a grande amiga do empresário cearense, que acredita no seu comércio local e propulsiona suas atividades para todo o mundo.
Sede Histórica
O Edifício Antônio Gomes Guimarães, que atualmente é de propriedade da Associação Comercial do Ceará, já possuiu instalações do Hotel de France e do Palace Hotel. A construção é do final do século XIX com Estilo Arquitetônico eclético, os elementos ainda são mantidos os originais, já que a edificação faz parte do grupo de prédios de grande relevância para a história de Fortaleza.
Antes desta edificação, havia no local, um sobrado que pertenceu a Odorico Sergismundo de Arnout e foi demolido após ser adquirido por Dario Teles de Meneses, que constituiu outro em seu lugar em meados de 1890. A edificação somente se tornou um hotel quando José Gentil o adquiriu, fazendo funcionar então, o Hotel de France, cujos donos eram os franceses Louis Dragaud e Louis Gonthier e o alsaciano Isidor Braun. Em 17 de julho de 1927, passa a funcionar o Palace Hotel e em 1940, o prédio sofre sua última grande reforma, passando a ter elementos neoclássicos em sua fachada.
Em 10 de Agosto de 1971, o Palace Hotel de Efrem Godim fecha suas portas e em 3 de outubro de 1973, passa, definitivamente a pertencer à Associação Comercial do Ceará até os dias de hoje.
Brasão
O emblema da Associação Comercial do Ceará é representado por um escudo dividido em dois campos, tendo ao centro uma carnaubeira. No campo esquerdo estão desenhados os instrumentos usuais do trabalho agrícola (enxada, pá, cegadeira e ancinho). No campo direito, há um navio, símbolo do comércio marítimo. Ladeando o escudo, há dois ramos, um de algodoeiro e outro de mandioca, os quais se entrelaçam na parte inferior por uma faixa em que se lê: Labor Omnia Vincit. Do Latim, a frase significa “O trabalho tudo vence”. Já na parte superior do escudo, há um globo terrestre com o contorno geográfico do Estado, no qual está gravada a palavra CEARÁ. Ao longo dos anos e, desde sua fundação, o brasão é símbolo do comércio cearense e vem representando a Associação Comercial do Ceará e tudo que ela engloba, não podendo ter forma melhor de se ilustrar.